Por Leandro Canônico
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27.06.2014 13h44
28.06.2014 08h36
- A coxa do Neymar está deste tamanho. Provavelmente vai ter um inchaço grande nos próximos dias e pode ser um problema grande para outra partida – disse Felipão, fazendo gesto com as mãos.
Inconformado com o fato de o árbitro não ter dado cartão amarelo ao adversário, o técnico da Seleção valorizou a permanência do seu maior craque em campo.
- Não consigo entender. As pessoas dizem que o Neymar cai o tempo todo. Mas ele tem de ser valorizado hoje por ter atuado a maior parte do jogo com um problema grande na coxa, de uma pancada forte que ele levou logo no início da partida. – comentou Felipão.
O técnico brasileiro também está incomodado com o tratamento dos técnicos, jogadores e jornalistas dos outros países em relação à Seleção.
Principalmente no que diz respeito à arbitragem. Antes dos jogos contra o Brasil, os rivais têm colocado pressão nesse sentido, insinuando que a equipe verde e amarela pode ser favorecida.
- Estamos sendo muito cavalheiros, muito educados com os estrangeiros. Está na hora de mudar um pouco o nosso discurso. Não devemos ser apedrejados por técnicos, jogadores e imprensa estrangeira. Está na hora de eu voltar um pouco ao meu estilo: ser agressivo. Não estou conseguindo aguentar mais – falou o técnico.
Para o comandante, os árbitros estão entrando nessa pressão e deixando de marcar algumas coisas para a seleção brasileira, como pênaltis, faltas...
- Estamos um pouco apreensivos com o que está acontecendo. Tudo que acontece é a seleção brasileira. Estamos vendo que os árbitros estão meio reticentes com o Brasil. Se vamos ser campeões, não sei. Se não querem, tudo bem. Mas a arbitragem tem de ser igual para todo mundo – acrescentou Scolari.
Confira a íntegra da entrevista coletiva do técnico Luiz Felipe Scolari:
DIFICULDADES CONTRA O CHILE
- Foi como a gente esperava e havia manifestado sete, oito meses atrás, quando soubemos do sorteio. Teríamos uma dificuldade muito grande. É um time que joga organizado, bom sistema tático. Foi um jogo muito equilibrado. Tanto que foi para os pênaltis. Foi uma vitória nossa, que não desmerece o Chile, mas nos valoriza.
EMOCIONAL
- Vamos recuperar os jogadores dando a folga até segunda-feira de manhã. Depois iremos mostrar os motivos por termos conquistado a classificação e o que podemos melhorar para o próximo jogo. E também, quando se ganha com essa emoção, dessa maneira, podemos fazer disso uma coisa boa.
DRAMA
- Infartar depende dos exames que foram feitos antes ou depois da Copa do Mundo (risos). Depois de infartar não tem muito mais jeito. A Copa do Mundo está mostrando jogos muito equilibrados e emocionantes. São jogos muito idênticos e quem não aproveita as chances pode pagar cara, como quase pagamos com aquela bola na trave, aos 118 minutos de jogo.
PSICOLÓGICO
- Mesmo os jogadores mais experientes sentem em uma Copa do Mundo. Quem disser que não sente, está mentindo. Não é um jogo comum. Como temos ainda muita gente nova, vamos acrescentar experiência. Willian errou, mas é uma experiência. Vai acrescentar algo para ele no futuro. Vamos ver se a gente comete menos erros por inexperiência. De repente pode não ter a mesma sorte que teve hoje, aos 118 uma bola na trave.
RISCOS
- Nós fizemos o gol e depois tomamos o gol de lateral, que é algo que não se admite no nível mundial como o nosso. Depois tivemos três, quatro chances para marcar os gols, por detalhes, precisão demais, não fizemos. E aí a gente correu mais riscos do que em qualquer outro momento.
NEYMAR
- Em primeiro lugar, Neymar tem 22 anos e parece que tem 35. Maduro, pronto. Ele lida naturalmente com essa dificuldade de não ter a experiência de idade. Ele é muito bom mentalmente. Tem detalhes na vida dele que indicam que ele estava pronto desde os 17, 18 anos. Ele é simples. Ele gosta de jogar. Ele vai bater o pênalti como se fosse bater na pelada lá em Santos. Essa é a capacidade dele.
PAÍS DA COPA
- Para o país está sendo importante para ver que podemos nos sentir orgulhosos do que temos. Tratamos muito bem a todos. E somos muito cordiais. O que nós queremos ainda é poder seguir em frente. Não é feio valorizar a nacionalidade.
ANFITRIÃO
Não é fácil jogar em casa. Assumimos a responsabilidade de que temos de ser campeões. O povo abraçou essa ideia. Podíamos fugir do assunto, mas quando se faz uma promessa tem de ir até o fundo. Existe uma tensão, uma dificuldade, uma apreensão... Faltam três jogos para atingir o céu.