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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Neymar preocupa, e Felipão ataca gringos após vitória: “Hora de mudar”

Técnico da seleção brasileira acredita que está sendo cavalheiro demais com insinuações de benefícios ao Brasil
Por Leandro Canônico
Felipão está preocupado com Neymar. Mesmo ainda faltando seis dias para as quartas de final, o técnico colocou em dúvida a presença do atacante. O camisa 10 da seleção brasileira terá, muito provavelmente, que passar por um período de recuperação de uma pancada na coxa, sofrida logo no começo do jogo com o Chile.

- A coxa do Neymar está deste tamanho. Provavelmente vai ter um inchaço grande nos próximos dias e pode ser um problema grande para outra partida – disse Felipão, fazendo gesto com as mãos.

Inconformado com o fato de o árbitro não ter dado cartão amarelo ao adversário, o técnico da Seleção valorizou a permanência do seu maior craque em campo.

- Não consigo entender. As pessoas dizem que o Neymar cai o tempo todo. Mas ele tem de ser valorizado hoje por ter atuado a maior parte do jogo com um problema grande na coxa, de uma pancada forte que ele levou logo no início da partida. – comentou Felipão.

O técnico brasileiro também está incomodado com o tratamento dos técnicos, jogadores e jornalistas dos outros países em relação à Seleção.

Principalmente no que diz respeito à arbitragem. Antes dos jogos contra o Brasil, os rivais têm colocado pressão nesse sentido, insinuando que a equipe verde e amarela pode ser favorecida.

- Estamos sendo muito cavalheiros, muito educados com os estrangeiros. Está na hora de mudar um pouco o nosso discurso. Não devemos ser apedrejados por técnicos, jogadores e imprensa estrangeira. Está na hora de eu voltar um pouco ao meu estilo: ser agressivo. Não estou conseguindo aguentar mais – falou o técnico.

Para o comandante, os árbitros estão entrando nessa pressão e deixando de marcar algumas coisas para a seleção brasileira, como pênaltis, faltas...

- Estamos um pouco apreensivos com o que está acontecendo. Tudo que acontece é a seleção brasileira. Estamos vendo que os árbitros estão meio reticentes com o Brasil. Se vamos ser campeões, não sei. Se não querem, tudo bem. Mas a arbitragem tem de ser igual para todo mundo – acrescentou Scolari.

Confira a íntegra da entrevista coletiva do técnico Luiz Felipe Scolari:

DIFICULDADES CONTRA O CHILE

- Foi como a gente esperava e havia manifestado sete, oito meses atrás, quando soubemos do sorteio. Teríamos uma dificuldade muito grande. É um time que joga organizado, bom sistema tático. Foi um jogo muito equilibrado. Tanto que foi para os pênaltis. Foi uma vitória nossa, que não desmerece o Chile, mas nos valoriza.

EMOCIONAL

- Vamos recuperar os jogadores dando a folga até segunda-feira de manhã. Depois iremos mostrar os motivos por termos conquistado a classificação e o que podemos melhorar para o próximo jogo. E também, quando se ganha com essa emoção, dessa maneira, podemos fazer disso uma coisa boa.

DRAMA

- Infartar depende dos exames que foram feitos antes ou depois da Copa do Mundo (risos). Depois de infartar não tem muito mais jeito. A Copa do Mundo está mostrando jogos muito equilibrados e emocionantes. São jogos muito idênticos e quem não aproveita as chances pode pagar cara, como quase pagamos com aquela bola na trave, aos 118 minutos de jogo.

PSICOLÓGICO

- Mesmo os jogadores mais experientes sentem em uma Copa do Mundo. Quem disser que não sente, está mentindo. Não é um jogo comum. Como temos ainda muita gente nova, vamos acrescentar experiência. Willian errou, mas é uma experiência. Vai acrescentar algo para ele no futuro. Vamos ver se a gente comete menos erros por inexperiência. De repente pode não ter a mesma sorte que teve hoje, aos 118 uma bola na trave.

RISCOS

- Nós fizemos o gol e depois tomamos o gol de lateral, que é algo que não se admite no nível mundial como o nosso. Depois tivemos três, quatro chances para marcar os gols, por detalhes, precisão demais, não fizemos. E aí a gente correu mais riscos do que em qualquer outro momento.

NEYMAR

- Em primeiro lugar, Neymar tem 22 anos e parece que tem 35. Maduro, pronto. Ele lida naturalmente com essa dificuldade de não ter a experiência de idade. Ele é muito bom mentalmente. Tem detalhes na vida dele que indicam que ele estava pronto desde os 17, 18 anos. Ele é simples. Ele gosta de jogar. Ele vai bater o pênalti como se fosse bater na pelada lá em Santos. Essa é a capacidade dele.

PAÍS DA COPA

- Para o país está sendo importante para ver que podemos nos sentir orgulhosos do que temos. Tratamos muito bem a todos. E somos muito cordiais. O que nós queremos ainda é poder seguir em frente. Não é feio valorizar a nacionalidade.

ANFITRIÃO

Não é fácil jogar em casa. Assumimos a responsabilidade de que temos de ser campeões. O povo abraçou essa ideia. Podíamos fugir do assunto, mas quando se faz uma promessa tem de ir até o fundo. Existe uma tensão, uma dificuldade, uma apreensão... Faltam três jogos para atingir o céu.

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