Os peritos do Instituto de Criminalística começaram a trabalhar, nesta quarta-feira (11), no exame das munições retiradas do corpo do modelo Eric Ferraz, de 24 anos, morto durante uma festa de Réveillon na cidade de Viçosa. Após as primeiras análises, o perito responsável pelo caso, Ângelo Roberto de Lima, constatou que as munições são de pistola 380, arma semelhante à que foi apreendida com o policial civil Jaysley de Oliveira, que está preso apontado como um dos suspeitos no crime. Os primeiros exames já descartaram a possibilidade de as balas e os revestimentos periciados serem de calibre 22 ou 32, correspondente à arma do foragido Judarley Leite, irmão de Jaysley, que foi encontrada com o caseiro do pai dos dois acusados.
O próximo passo dos peritos é descobrir se as duas balas e os dois revestimentos saíram da mesma arma ou de armas diferentes. Em seguida, a perícia irá colocar os projéteis em um comparador balístico para confronto entre eles e outros produzidos pela pistola calibre 380 apreendida com o policial Jaysley de Oliveira.
"É um exame muito minucioso, em que o perito precisa ter a maior atenção. Será feita a comparação entre os projéteis retirados do corpo e outros produzidos no laboratório. A olho nu, já se pode descartar que o projétil seja dos calibres 22 ou 32, podendo ser de 38 ou 380, mas para dar um resultado com exatidão só após o exame.", explicou Ângelo Roberto.
O laudo deve ficar pronto em dez dias, mas este prazo pode ser prorrogado. O exame será assinado por três peritos. Concluído, será encaminhado para o delegado Belmiro Cavalcante, que preside o inquérito policial sobre a morte do modelo Eric Ferraz. "É uma prova fundamental, já que vai apontar se o policial civil atirou na vítima, informação dada por uma das testemunhas", disse o delegado.
Ainda segundo Belmiro Cavalcante, a polícia continua fazendo diligências na tentativa de prender Judarley de Oliveira, apontado como sendo o autor dos disparos que matou Eric Ferraz. "Estamos colhendo informações e sempre que há notícias de onde ele possa ter se escondido vamos até o local", garantiu o delegado.
A expectativa dele é de que após a entrega do resultado do exame pelo Instituto de Criminalística o inquérito seja concluído e remetido à Justiça. "Temos ainda 20 dias para concluí-lo, já que o prazo é de 30 dias em virtude da prisão temporária do policial Jaysley de Oliveira. É possível até prorrogar por mais 30 dias, mas acredito que não seja necessário", disse Belmiro Cavalcante.
O delegado também vai decidir se pede ou não a prisão preventiva do policial ao final das investigações. Com a decisão, Jaysley ficaria preso por tempo indeterminado. O agente ainda pode perder o cargo, já que foi instaurado processo administrativo na Corregedoria da Polícia Civil.
tudonahora
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