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segunda-feira, 4 de julho de 2011

"SE ESSA RUA, SE ESSA RUA, FOSSE MINHA... EU MANDAVA, EU MANDAVA ASFALTAR!!!













               Seu Joaquim da Silva Santos tem 63 anos e aparenta mais. Trabalhador rural, expulso das roças de mandioca pela crise que há duas décadas se abateu sobre a zona rural e, sobrevive de pequenos bicos.
              Na verdade,  seu Joaquim mora nas bordas de um rio.
              Na localidade onde ele mora, saneamento básico, educação, saúde e segurança pública, não existem!. Água tratada também. Pavimentação, quase um delírio. O mato e os buracos dificultam a passagem das pessoas, gente humilde e sofrida como seu Joaquim. Subempregados, desempregados e muitas, muitas crianças.
             "Para não dizer que não existe nenhuma intervenção urbana no local, há uma ponte de concreto, obra de uma inutilidade gritante diante da carência por serviços essenciais. Uma ponte que só não liga o nada a lugar nenhum"!
              A ponte, que não deve ter custado barato, é um monumento ao desperdício, uma ode à inversão de prioridades na gestão de recursos públicos.
              O mais incrível é que, a despeito de tantas dificuldades, seu Joaquim e seus vizinhos não perdem a capacidade de sorrir. Nem perdem a esperança.
              O seu Joaquim, prova que é deodorense e vive pedindo melhorias a quem aparece por lá, mas não reclamam, não protesta, não demonstram qualquer tipo de revolta.
             Acredita, sempre, que a vida pode melhorar.
             Mesmo que uma ponte simbólica, de uma dimensão imensurável, os separe daquilo que é um direito deles: o acesso aos serviços básicos.
             Seu Joaquim é integrante de uma imensa legião de excluídos. Evitando-se cair na vala comum – e inútil – da pieguice, é impossível para qualquer pessoa que tenha o mínimo de sensibilidade e noção do que é solidariedade, não se comover (e se indignar) com essa situação.
            É inevitável constatar, diante de tantos escândalos envolvendo desvio de recursos públicos, que a vida dura de seu Joaquim e seus vizinhos (e de milhões de Joaquins espalhados por esse Brasil afora) seria menos dura se tantos recursos públicos não fossem desperdiçados e desviados.
           Cada centavo que é gasto em mordomias ou desviado para a corrupção faz falta na hora de se investir em saneamento básico, moradia, escolas etc.
           Quando alguém saqueia os cofres públicos, na prática está saqueando os joaquins, josés, antonios, raimundos, marias, josefas, gerinaldas etc…
          Quem sabe um dia seu Joaquim, seus vizinhos e esse povo bom deodorense apareçam aqui como exemplo de inclusão social.
          Ainda há uma ironia que, propositadamente, deixei para o final desta postagem: Pelo menos a ponte de madeira serve pra ele pescar piaba e tilápia.


Enquanto isto... É SÓ FORRÓ!!!





  Promotor: O promotor de Justiça é um membro do Ministério Público Estadual e o procurador da república é do Ministério Público Federal.
    O Ministério Público defende os interesses públicos e da sociedade." O promotor recebe denúncias em casos de mau uso do dinheiro e do cargo público. Para falar com o promotor, vá ao fórum de Justiça da sua cidade ou de sua comarca".



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